São Paulo (SP) - A Regata Santos-Rio oferece aos velejadores uma série de ingredientes que a tornam indispensável ao currículo daqueles que se propõem a enfrentar os desafios de uma prova oceânica. Ao mesmo tempo em que rompe o Atlântico Sul nas mais variadas condições de mar e de vento, dois dias depois, em média, as tripulações costumam fundear seus barcos em segurança no acolhedor Iate Clube do Rio de Janeiro (ICRJ), na Urca, para uma merecida celebração. Antes da largada, o Iate Clube de Santos (ICS) oferece estrutura completa aos barcos e às tripulações.
Por ser ao mesmo tempo uma regata em mar aberto e relativamente curta, o desafio da Santos-Rio atrai anualmente os principais velejadores do País, incluindo-se medalhistas olímpicos e campeões mundiais, como Torben Grael, vice-campeão com o Phoenix em 2022. O Fita Azul foi o Crioula (RS) com 27h03m, mas o Rudá, do Guarujá, venceu no tempo corrigido. Em 2023,o Crioula, com sede em Angra dos Reis, foi novamente o Fita Azul (29h30m09s), mas também venceu a Classe ORC no tempo corrigido, além de ganhar a inédita “in port race” na largada.
O medalhista olímpico e campeão mundial Lars Grael traz no currículo, 20 participações em 40 anos de Santos-Rio. “É a mais tradicional e, provavelmente, a mais importante regata oceânica do Brasil. São 200 milhas que oferecem muitos desafios para se navegar, com opções táticas e variações dos ventos. Por isso é uma conquista sempre muito celebrada”, avalia Lars, que correu a prova pela primeira vez em 1981, a convite do comandante Paolo Pirani no one tonner Mohay, na regra IOR.
Lars recorda que o vento sul de forte intensidade provocou quebras, planadas e recordes na inesquecível regata de 1995. “Foi nessa Santos-Rio que meu irmão Torben fez a Fita Azul com o Polibrasil, um Farr 42, estabelecendo o recorde da prova, mas nós fomos os vencedores no tempo corrigido com o Farr 31 H3+. Ganhar a Santos-Rio planando com um barco de 31 pés em menos de 24 horas foi marcante. Mesmo com muitas avarias, fomos de balão de Ilhabela até a Restinga da Marambaia. Não tem como esquecer”, enaltece Lars, que correu pela última vez em 2021 com o Avohay.
Evolução da vela oceânica - Até 1950, as regatas disputadas no Brasil ficavam restritas a lagoas, represas, baías e rios, em águas mais abrigadas e seguras. A Santos-Rio surge, então, como a mais longa prova brasileira, com largada no Canal de Santos e chegada no Arpoador, em percurso de quase 200 milhas (cerca de 360 km). Os velejadores aprimoraram, então, a capacidade de navegar em mar aberto e passaram a desenvolver a vela oceânica no País.
Com a evolução de barcos e tripulações ao longo das décadas, na 65ª edição, os gaúchos do Camiranga, um Soto 65, completaram a prova em 18h09m, estabelecendo o atual recorde. A marca anterior pertencia ao Sorsa III (RJ), um Farr 53, com 19h33m. A regata de 2020 foi emblemática, pelo recorde de inscritos e pelas rajadas que atingiram 38 nós (70 km/h). Presenças ilustres, como a família Grael, Isabel Swan, Samuel Albrecht e Maurício Santa Cruz elevaram o nível da disputa. Sob condições extremas, dos 68 barcos que largaram, 30 abandonaram por avarias.
Regata dos Arvoredos, prévia da Santos-Rio - Neste ano a Regata Ilha dos Arvoredos, iniciada na década de 1980 pelo ICS, será oferecida como um prêmio para quem também inscrever-se na Santos-Rio. As inscrições para ambas estão abertas. Para a Santos-Rio, podem ser feitas nas classes ORC, BRA-RGS,RGS Cruiser, RGS Clássicos e Mini 6.5 pelos e-mails: nautica@icsantos.com.br e vela@icrj.com.br até às 10h30 de 25/10. Para Arvoredos, em nautica@icsantos.com.br até às 17h de 11/10, exceto para Mini 6.5.
Os benefícios para as tripulações que optarem por correr nas duas regatas são significativos: valores reduzidos nas inscrições, retirada do barco da água para pequenos serviços de manutenção e gratuidade na permanência da embarcação no pier do ICS no período entre as duas provas, de 11 a 25 de outubro.
Ary Pereira Jr - ary70jr@hotmail.com
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